6.10.12

Carolina Correa, sobre o Show do Cantus Quatro no Projeto Santo de Casa

"...e a imensidão do som neste momento..."*


Cantus Quatro. Não por acaso seu símbolo é um trevo, meio cata-vento. Pois é um som que se harmoniza, se mescla depois se joga em todas as direções. Nos quatro cantos do espaço presente e nos quatro cantos do peito e da alma.

Cheguei a pouco da apresentação do grupo no projeto Santo de Casa, no Teatro Municipal de Pouso Alegre. É uma alegria muito grande prestigiar amigos queridos e talentosos. Coração se enche de alegria e prazer de poder terminar a noite acalentado por boa música.


A noite começou com as músicas do grupo. Então, uma surpresa: cada integrante teve seu momento de partilhar seu coração com o público ali presente. João Eugênio nos presenteou com seus versos de mineiro, trovador da lua, na canção de sua autoria “Luamar”. Rafael, meu querido Rafa, bobo eterno no meu coração, nos presenteou com “Outro Lugar” (de Elder Costa). Coração até dói de amor e lindeza!


Aí veio o momento pra arrebentar nossos corações: Micaela Bettamio lançou “... uma pedra no meio do caminho...”, deixando então a canção. “Itamarandiba”, que inevitavelmente me arranca lágrimas. “Rouxinol”, só de lembrar a música, a história, uma tarde melancólica onde pela primeira vez assisti “Ser Minas Tão Gerais”, e a Natália me contou a linda história que a gerou, as lágrimas incontroláveis vem inclusive agora, no construir desse texto. E “Travessia”. Que dói, não adianta. Que me lembra dessa estrada dolorida que tem sido esse tempo de volta a Pouso Alegre, de amor, lágrimas e saudades eternas.


Eis que eu, à flor da pele, fui só emoção derramada. Fernanda Brito trouxe “Rebento” (Gilberto Gil). “Substantivo abstrato” que rebentou a emoção em uma noite tão povoada de beleza e canção.


Canto, encanto, emoção aos quatro cantos. Cantus Quatro de emoção, lembranças e beleza. Pois entre causos do "caipira pira pora", Cleverson, a gente percebe (ao som de “Romaria”) que aquele momento disse de nossas histórias, amores e saudades. Que a vida é essa colcha de retalhos, tecida de histórias repletas de canção. Há pessoas queridas que deixaram saudades, há sonhos que não envelhecem, há a esperança de ser feliz. Como meninos e meninas, coração tão repleto dessas Minas Gerais cantadas lindamente por esse quarteto.


Obrigada meus queridos. Que suas canções se joguem aos quatro cantos, aos quatro ventos e espalhem por aí toda a beleza que é ser Minas Gerais.

Carolina Corrêa, 06 de outubro de 2012.

*Frase da canção “Rebento”, interpretada lindamente por Fernanda Brito, que ressoou o sentimento da noite.




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